Câncer de Bexiga

Dr. André Yoichi – Urologia / Uro-oncologia

A bexiga é um órgão que tem como função armazenar a urina produzida pelos rins, até que seja eliminada por contração da sua musculatura.
O câncer de bexiga é uma das neoplasias mais comuns do trato urinário, e o nono tipo mais incidente. Quando comparado por sexo os homens são mais acometidos pela doença. Quando o câncer se limita ao tecido que reveste a bexiga, é chamado de superficial. Com o avanço da doença, pode se infiltrar através do revestimento da bexiga, invadindo a parede muscular e disseminar-se pelos órgãos próximos ou gânglios linfáticos, transformando-se num câncer invasivo.

O que aumenta o risco?

Ainda não são conhecidas todas as alterações que levam ao desenvolvimento de câncer na bexiga. Homens de idade avançada são o grupo com maior probabilidade de desenvolver esse tipo de câncer. Uma série de substâncias que se associam a um maior risco de desenvolver este tipo de tumor já foram identificadas, especialmente as relacionadas aos cigarros e a algumas substâncias químicas, como os corantes para cabelos.

O tabagismo pode aumentar o risco de uma pessoa ter câncer de bexiga e está associado à doença em mais de 50% dos casos. Assim, como método de prevenção, devemos estimular as pessoas a não fumarem e evitar o tabagismo passivo que consiste na inalação da fumaça do tabaco por não fumantes que convivem com fumantes em ambientes fechados.

 Sinais e sintomas

O câncer de bexiga é uma doença silenciosa, que não apresenta sinais e sintomas sua fase inicial. Com a progressão do doença, podem surgir alguns sintomas, como:

  • Sangue na urina (Hematúria)
  • Dor durante o ato de urinar
  • Aumento da frequência urinária
  • Urgência e vontade incontrolável de urinar
  • Em casos mais avançados podem surgir dores pélvicas, dor ou sangramento retal
  • Perda de peso e de apetite, anemia e cansaço

 Como diagnosticar?

O diagnóstico do câncer de bexiga pode ser feito por exames de urina e de imagem, como tomografia computadorizada e cistoscopia (investigação que permite ao médico visualizar o interior da bexiga por um instrumento dotado de câmera).
Confirmado a presença do câncer, outros exames são solicitados para o estadiamento do tumor, e é isso que definirá a forma mais adequada de tratamento, assim como o prognóstico.

Tratamento

O tratamento vai depender do grau de evolução da doença (estadiamento). As principais opções de tratamento para o câncer de bexiga são cirurgia, terapia intravesical, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e terapia alvo. Em muitos casos, mais do que um desses tratamentos ou uma combinação deles podem ser utilizados.
A cirurgia pode ser de três tipos: ressecção transuretral (quando o médico remove o tumor por via uretral), cistotectomia parcial (retirada de uma parte da bexiga) ou cistotectomia radical (remoção completa da bexiga, com a posterior construção de um novo órgão para armazenar a urina).
A ressecção transuretral é geralmente realizada para tumores superficiais e em estágio inicial. Realizada através de raspagem (ressecção) endoscópica por via transuretral (RTU). O objetivo é remover as células cancerígenas e os tecidos adjacentes da parede da bexiga.

Cistectomia

A cistectomia parcial ou total é realizada para tumores de bexiga invasivos:

  1. Cistectomia parcial: Consiste na retirada apenas da parte acometida pela doença. A principal vantagem dessa cirurgia é a conservação de parte da bexiga e o fato de não ser necessária uma cirurgia de reconstrução, mas a bexiga restante pode não ser capaz de conter muita urina, o que implica numa micção mais frequente, além do risco de surgimento de um novo tumor na bexiga remanescente.
  2. Cistectomia radical: Consiste na remoção de toda a bexiga. Nos homens, a próstata e as vesículas seminais também são removidas. Nas mulheres, os ovários, trompas de Falópio, útero, colo do útero e uma pequena parte da vagina são frequentemente removidos junto com a bexiga. Posteriormente é realizado a confecção de um novo órgão para armazenar a urina

Com a evolução das técnicas cirúrgicas tem-se optado por realizar estes procedimentos por métodos de cirurgia minimamente invasiva, e a técnica por via robótica tem contribuído para trazer melhores resultados no tratamento dos pacientes.

Atenção: A informação existente neste portal pretende apoiar e não substituir a consulta médica. Procure sempre uma avaliação pessoal com o Serviço de Saúde.